O governo da Argentina, por meio do Serviço Nacional de Saúde e Qualidade Agroalimentar (Senasa), anunciou em 2 de outubro que, por meio do Blockchain Federal do país, certificará a rastreabilidade de frutas cítricas frescas destinadas à exportação.
Através de uma publicação em seu site, o governo argentino anunciou o projeto que procura garantir a inalterabilidade do processo de certificação, o qual será responsável pelo Sistema Informático de Rastreabilidade Citrícola (SITC) em sua nova versão.
O SITC é o órgão encarregado de gerenciar os dados de fiscalização da exportação de fruta fresca cítrica, desde Argentina até diferentes destinos, como a União Europeia, Estados Unidos, China, México, Coréia do Sul e outros mercados com restrições semelhantes, de acordo com o detalhado na publicação.
Tal como indica a fonte, o processo de rastreabilidade de alimentos por meio da Blockchain da Argentina permitirá detectar produtos contaminados, reduzir fraudes e contribuir para melhorar a estrutura de transparência.
No entanto, a comunicação reconhece que, para garantir o bom funcionamento do processo, será necessário o comprometimento de todos os participantes em fornecer a informação precisa no sistema, desde o campo e em cada elo da cadeia de comercialização.
O processo permitirá aceder á informação por meio de um código QR que poderá digitalizar-se a partir do telefone celular, conforme o especificado pela comunicação.
Alimentos na era da blockchain
A tecnologia das cadeias de blocos tem múltiplas aplicações além daquelas que deram origem ás criptomoedas. Uma das qualidades que o mundo tem descoberto na tecnologia blockchain é armazenar um registro imutável e impenetrável.
Graças a essa qualidade em várias partes do mundo, existem projetos relacionados ao uso de uma blockchain para que os clientes possam receber a informação detalhada sobre o prato que vão a consumir.
De fato, a rastreabilidade dos alimentos é um caso de uso da Blockchain Federal da Argentina, conforme é explicado em seu site, no qual se mencionam as vantagens de usar a cadeia de blocos para rastrear e seguir os passos dos produtos ao longo da cadeia de fornecimentos.
Na plataforma se planeja criar um registro digital único, seguro e imutável de cada produto para oferecer rastreabilidade da origem ao consumidor permitindo identificar um lote de produção e seu trajeto em questão de segundos.
A rastreabilidade dos alimentos é explicada numa imagem na qual se pode observar que as cadeias de blocos registrarão dados de cada elo do processo que seguirá desde o momento da produção até que o produto chegue ao consumidor. Cada elo estará respaldado por contratos inteligentes ao que os oráculos poderão invocar para certificar com controles de pedido, de qualidade e pagamentos ao provedor.

Em outras partes do mundo, como o Brasil, por exemplo, também são conhecidos projetos que combinam a tecnologia associada a uma blockchain e Big Data para avaliação de riscos na comercialização de alimentos.
Nesta parte do planeta, o principal uso da plataforma será a obtenção de certificados de origem orgânica de alimentos brasileiros, graças ao monitoramento da cadeia de fornecimentos.
No entanto, o uso de uma blockchain não é a solução para tudo, tal como já o assinalou Tomás Álvarez para CriptoNoticias, sendo um especialista em estratégia de implementação da cadeia de blocos, que recomenda ás empresas e instituições responder três perguntas-chaves antes de determinar se eles realmente requerem de uma solução blockchain perante as necessidades de suas empresas ou, pelo contrario, é possível usar outras alternativas tecnológicas que ofereçam as mesmas características ás que possui a cadeia de blocos, mas a um custo menor.
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Traduzido de: CriptoNoticias