O Bitcoin e outras criptomoedas iniciais falharam em ser um “método atrativo de pagamento ou de armazenamento de valor”, disse o novo relatório do G7 e o Banco de Pagamentos Internacionais (BIS).
No entanto, no relatório de outubro do G7, argumentam-se as criptomoedas cujos preços estão ancorados a outros ativos, ou stablecoins, tal como Libra, são uma crescente ameaça para as politicas monetárias, a estabilidade financeira e a competência.
As stablecoin amplamente adotadas, referidas no relatório como “stablecoins globais”, têm o potencial de alcançar uma audiência internacional e ter “efeitos adversos significativos” no sistema econômico atual, argumenta o relatório do G7.
Entretanto, “[as criptomoedas da primeira geração como bitcoin] sofreram pela alta volatilidade dos preços, limites na escalabilidade, interfaces complicadas para os usuários e problemas em governança e em regulação, entre outros desafios. Assim, as criptomoedas têm funcionado mais como uma classe de ativos altamente especulativos para certos investidores e para aqueles vinculados a atividades ilícitas, em lugar de como um meio para e pagamentos”.
A taxonomia das stablecoins (definido como o equivalente ao dinheiro, reivindicação de propriedade ou contratual ou direito contra o emissor de um ativo) continuará sendo por um tempo uma questão legal proeminente, continua o relatório do G7. Os efeitos das moedas estáveis nos sistemas monetários estabelecidos, como as transferências eletrônicas bancárias, ainda não se têm compreendido completamente.
Embora as stablecoin possam oferecer pagamentos mais rápidos, mais baratos e mais inclusivos, essas podem “ser realizadas apenas se uma quantidade significativa de risco for assumida”.
Em nota de rodapé, o relatório do G7 diz que a administração da Associação Libra por parte da Autoridade Supervisora de Mercados Financeiros da Suíça (FINMA), a qual enquadra sob o âmbito da ação regulatória de Genebra, concorda com as recomendações sobre as stablecoins do G7.
A FINMA disse recentemente que a Libra ressalta a necessidade de coordenação internacional e de “requerimentos prudenciais apropriados” para todos os serviços oferecidos sob um sistema de pagamentos.
O relatório sobre as stablecoin foi preparado por uma solicitação do G7 em julho, pouco depois do lançamento da Libra em junho. Embora obviamente estivesse dirigido amplamente para o projeto, o relatório só menciona a Libra em uma nota de rodapé.
Em resposta ao G7, a Associação Libra enviou um memorando na sexta-feira dizendo que a stablecoin da Libra “não tem a intenção de mudar o papel e a influência dos Bancos Centrais” acrescentando:
As carteiras e outros sistemas financeiros que operam na rede da Libra (incluindo as casas de câmbio e as rampas de entrada e de saída) terão que cumprir com as regulações, bem como os controles locais de capital, os quais podem ser ajustados para prevenir que passem grandes quantidades de moeda local ás moedas da Libra em mercados emergentes.
Versão traduzida do artigo de William Foxley, publicado em Coindesk.
Imagem destacada por Tottem Torro / stock.adobe.com
Traduzido de: CriptoNoticias