O startup DEBNK está desenvolvendo um projeto de empréstimos para que os titulares de bitcoin tenham liquidez em USD sem ter a necessidade de vender a criptomoeda. Em vez disso, o BTC seria utilizado como garantia para respaldar o empréstimo.
Santiago Molins, nosso correspondente na conferência de hackers Paralelni Polis, República Tcheca, conversou com a equipe de DEBNK sobre seus planos futuros e os princípios básicos do projeto. A este respeito, os representantes do DEBNK asseguraram que todo começou com a noção de que é necessário manter fundos no BTC, em vez de gastá-los.
Para isso, o startup destaca a criação de uma plataforma na qual se realizem este tipo de empréstimos entre pares, sem a intermediação de qualquer instância que possa considerar-se como um “banco”.
Seus planos incluem uma plataforma descentralizada, tal como planejam com a plataforma de intercâmbio P2P, além de ter previsto que o produto que desenvolvem seja de código aberto e, portanto, esteja disponível para aqueles que desejam desenvolver sobre seu código.
Noções iniciais sobre o sistema
Atualmente, o projeto ainda está em fase de conceituação, ressaltarão membros do DEBNK. No entanto, eles já têm um livro branco. Nesse documento, justificam igualmente que esse tipo de empréstimos no Bitcoin representaria uma vantagem com respeito aos existentes atualmente no Ethereum.
Casos como MakerDAO, compound ou dXdY têm diversas limitações, de acordo com a visão da equipe do DEBNK. Uma delas nasce precisamente do fato de que o ether, a criptomoeda usada como garantia nessas plataformas, não possui as características que o bitcoin oferece como os resguardos de valor, afirmam no livro branco do DEBNK.
Em relação á operabilidade da proposta de empréstimos, seus representantes destacaram a ideia de que os contratos sejam entre pares e que a plataforma seja construída diretamente na rede Bitcoin e não em alguma cadeia lateral, como a RSK. No entanto, a fase inicial na qual se localiza o projeto faz que faltem novos avanços. Com o desenvolvimento do projeto, viria um melhor cenário de como será o produto DEBNK.
Soluções para a região da América Latina?
Em suas declarações à CriptoNoticias, os representantes do projeto também se referiram aos casos da Venezuela e da Argentina, imersos em economias inflacionárias. Para o DEBNK, a situação de ambos os países torna importante para seus cidadãos o resguardo do valor de seus fundos. Especialmente enquanto eles requerem liquidez para enfrentar a crise.
[Esta ferramenta] pode ser de mais ajuda para países com hiperinflação. Especialmente porque você pode garantir alguma liquidez em dólares enquanto manténs tuas poupanças no BTC.
DEBNK, desde a conferência Paralelni Polis
Nesse contexto, eles esclarecem que não estaria nos planos da equipe a inclusão de contratos de empréstimos nas moedas locais de ditas nações, o bolívar e o peso. Pelo contrario, os empréstimos forneceriam liquidez em dólares estadunidenses, tal como se tem planejado inicialmente no projeto.
Até aqui, são várias as plataformas de empréstimos com criptomoedas. Entre elas, algumas oferecem liquidez não só em moeda fiduciária, como dólares ou euros. Senão que, também, permitem que seus usuários recebam diversas stablecoins enquanto mantêm os fundos em criptomoedas, já seja o bitcoin, ether ou outras.
O mercado de empréstimos com criptomoedas tem alcançado altas cifras nos últimos tempos. Um relatório apresentado em agosto pela firma Graychain revelou que nos últimos 24 meses liquidaram ao menos USD 4,7 bilhões provenientes deste tipo de empréstimos. Os números correspondem aos dados de MakerDAO, Compound, Blockfi, Celsius e Genesis, entre outras.
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Traduzido de: CriptoNoticias.