A firma Grant Thornton da Nova Zelândia, nomeada para concluir a liquidação da casa de câmbio Cryptopia, emitiu seu próprio relatório após a falência da empresa. No entanto, as auditorias se focaram nas dívidas com os credores e não esclarecem os montantes devidos aos usuários da plataforma de intercâmbio de criptomoedas, conforme se divulgou nesta sexta-feira 31 de maio.
Num comunicado, os representantes da firma, David Ruscoe e Russell Moore, quem estão à frente da liquidação da empresa, assinalaram que estão focados em “assegurar os ativos em benefício de todas as partes interessadas”. Mas as perspectivas para os usuários não são alentadoras, já que manifestaram que as investigações poderiam demorar mais que o esperado.
De acordo com David Ruscoe, devido às complexidades do caso, eles esperam que o processo leve “meses em vez de semanas”. Ruscoe expressou que estão cientes da frustração dos clientes de Cryptopia. Alega que a inexistência dos procedentes legais sobre as criptomoedas na Nova Zelândia e no mundo teria resultado na necessidade de uma direção significativa por parte das autoridades neozelandesas.
Procederemos uma investigação exaustiva, trabalhando com diferentes partes interessadas, incluindo a administração e os acionistas, para encontrar a solução que seja mais conveniente para os clientes e as partes interessadas.
David Ruscoe, Grant Thornton New Zeland.
Convém lembrar que a casa de câmbio Cryptopia, com sede em Christchurch, Nova Zelândia, foi gravemente afectada após um ataque cibernético no qual foi vitima em janeiro deste ano. O hackeamento afectou milhares de moedeiros de criptomoedas, das quais os atacantes subtraíram USD 16 milhares em ether e vários tokens ERC-20.
Embora que a criptobolsa tentou recuperar e reiniciou parcialmente operações em Março com mais de 40 pares de intercâmbio, os esforços não bastaram para manter as portas abertas. Este 15 de maio de 2019 Cryptopia se declarou em falência e nomeou a Grant Thornton para realizar o processo de liquidação.
Dívida de USD 2,7 milhões com credores
De acordo com o primeiro relatório dos liquidatários sobre o processo de falência de Cryptopia, as dívidas da empresa com seus credores ascendem a 4,2 milhões de dólares neozelandeses, equivalentes a USD 2,74 milhões. A lista de empresas e indivíduos portadores das dívidas, inclui 69 dívidas não asseguradas, por 2,1 milhões de dólares neozelandeses (USD 1,37 milhões).
Apenas duas empresas, a Dell NZ e Coca-Cola Amatil, mantiveram dívidas asseguradas com Cryptopia. O montante dessas dívidas foi estimado em 1,4 milhões de dólares neozelandeses, aproximadamente USD 910.000. A auditoria indica que o deficit esperado é de 2,5 milhões de dólares neozelandeses, equivalentes a USD 1,63 milhões.
Com relação aos valores devidos aos clientes, o relatório informa que os liquidatários trabalham sobre o acesso ao banco de dados para reconciliar os ativos registados com os saldos dos clientes. “Até que o banco de dados de saldos dos usuários seja conciliado com as carteiras de ativos criptográficos operadas pela companhia, não podemos confirmar o valor da posse dos clientes”, explica o relatório.
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Traduzido de: CriptoNoticias