As terminologias usadas originalmente por Satoshi Nakamoto, o criador de Bitcoin, entre outras curiosidades presentes no código fonte original, foram postas sob o foco público nesta semana por um bitcoiner canadense. Trata-se de Francis Pouliot, quem postou uma discussão na rede Twitter sobre seus descobrimentos.
Pouliot, CEO do startup Bull Bitcoin, disse ter-se deparado, fortuitamente, num antigo fórum de bitcointalk, com o código fonte original enviado por Nakamoto a um grupo de pessoas, prévio a ativação de Bitcoin. Conforme revelou, este documento, que poderia ser a versão mais antiga do código fonte, contém várias curiosidades históricas sobre a primeira criptomoeda.
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Accidentally discovered a mind-blowing artefact of Bitcoin history. I had heard rumors of its existence.
I give you: the pre-release source code of Bitcoin! https://t.co/VeEFHglz2J
Confirmation by Satoshi many had access to code when he mined Genesis: https://t.co/reEQ8nvITM
— Francis Pouliot 🐂₿ (@francispouliot_) 14 de marzo de 2019
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A palavra “blockchain” (cadeia de blocos), a qual hoje tem alcançado um uso massivo, não aparece refletida no código original. No lugar, o criador de Bitcoin usou a expressão “timechain” (cadeia de tempo). Convém realçar que, já desde o livro branco, Nakamoto fala de timestamp server (servidor de marcas de tempo) em sua descrição da tecnologia subjacente de Bitcoin. Não obstante, em dito documento tampouco se faz referência a “blockchain”.
No documento, define-se “timechain” como “uma estrutura em forma de árvore que começa com o bloco Génesis na raiz”. A explicação fala de como múltiplos blocos são candidatos a enlaçar-se à cadeia principal (a mais longa) e que só serão válidos os blocos que se enlacem a dita cadeia principal. Isto é, em termos essenciais, o que se conhece na atualidade como blockchain.
Outro facto curioso é que a unidade mínima de bitcoin, que hoje se chama “satoshi” em homenagem ao seu criador, era originalmente chamada “cêntimo”. Igualmente, a expressão “mineiro de Bitcoin”, que identifica aqueles que se ligam à rede para criar novas moedas, efetivamente foi criada por Nakamoto e incluída no código fonte. No livro branco de Bitcoin faz-se uma referência à atividade mineira para explicar o processo, ainda que denomina-se aos participantes “nós” e não bitcoinminer.
A versão preliminar do código fonte também inclui uma linha onde se faz referência às “opiniões dos usuários” e aos “átomos”, da qual não se voltou a falar. Francis Pouliot acha que poderia tratar-se de um tipo de sistema de qualificação ou reputação para os nós.
Após 10 anos da criação do bloco gênesis de Bitcoin, é claro que a terminologia inicial tem evoluído. Mesmo assim, continua o processo de ajustes e iterações, tanto da linguagem como outros aspectos próprios do ecossistema das criptomoedas. No entanto, a visão original de Bitcoin se mantém e conta com grandes defensores na comunidade.
Imagem destacada por drawlab19 / Stock.adobe.com
Traduzido de: CriptoNoticias